Um vídeo em que Luiza Trajano convida as pessoas a fazerem compras no Magazine Luiza por meio de carnês viralizou na internet. A presidente do Conselho de Administração da companhia afirma que o crédito das pessoas está pré-aprovado na varejista, apesar do momento de crise. “Lembra aquele carnezinho gostoso? Em prestações que você pode pagar e ainda vamos dar um descontinho nos juros”, afirma Trajano.
Mas afinal, vale a pena?
O que é preciso entender com relação aos carnês: essa é uma forma de vendas que possui uma série de problemas para quem a oferece. Não há garantia de recebimento; normalmente é oferecido a pessoas que não possuem ou que já não podem mais usar seu limite do cartão de crédito. O resultado dessa receita? Taxa de risco altíssima e juros muito além do suportável para poder compensar o já citado risco elevado. E então se misturam nesse caldo gente de bem – que realmente precisa comprar E QUER PAGAR – e aqueles que veem nisso apenas mais uma oportunidade para dar um trambique na loja. São esses últimos que fazem os custos financeiros subirem estratosfericamente.
Num pais com 66 milhões de inadimplentes e a grande maioria com nome sujo no SPC, um convite desses é irrecusável. Os riscos proporcionados por aqueles que não pagarão é suportado pela parcela de honestos, que mantêm seus carnês em dia. E tome juros. Juros iguais para todos: a taxa é a mesma tanto para os bons quanto para os ‘falcatruas’. É aqui que reside a desigualdade.
Portanto, se você está pensando em aderir, pense novamente. Um caso analisado pela reportagem mostra que a compra de um telefone celular de R$ 600,00 resultou numa conta total de R$ 1.800,00. Ou seja, 200% de juros. Triplicou o preço final do produto. Todo cuidado é pouco para quem não entende dessa área.
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