Final de curso superior, programação de festividades, formatura. Na cerimônia geralmente ouvimos discursos como “vocês estão prestes a se formar e a começar suas jornadas de vida”. Ou a clássica “agora vocês estão preparados para jogar o jogo da vida”. Ok, mas a que custo?
Para pagar a faculdade você terá que fazer um empréstimo, mas tudo bem: o diploma vai garantir um salário melhor e você vai pagar a dívida sem problemas. Será?
Nos Estados Unidos existe hoje uma dívida de US$ 1,7 trilhão(!) em financiamentos estudantis. Em um caso específico, a estudante de Direito Holly resolveu dar uma olhada na situação do seu financiamento estudantil. Quase entrou em desespero. Ela havia pego US$ 80 mil para pagar a faculdade, já estava liquidando as parcelas há 10 anos, já havia quitado até então o equivalente a US$ 120 mil e ainda estava devendo US$ 76 mil. Os americanos devem mais em financiamento estudantil do que financiamentos de veículos ou mesmo cartões de crédito.
A recessão de 2008 fez com que os Estados americanos cortassem os fundos para o ensino superior. A educação é a primeira a sofrer cortes. Assim, todos os custos foram transferidos para as famílias.
Em 1975 as bolsas de estudo para alunos de baixa renda cobriam 79% da anuidade, moradia e alimentação. Em 2017 cobriam apenas 29%. Cada vez mais alunos fazem pós-graduação, que são cursos não cobertos pela ajuda federal, e isso incha o número de devedores.
Talvez o grande problema seja aqui, além das taxas de juros, a decisão – por qualquer motivo – de parar de pagar as prestações. Os juros simplesmente se acumulam, aumentando a dívida.
Universidade pública grátis? Como diz o reitor da Universidade de Purdue, Mitch Daniels, “toda vez que o governo usar a palavra ‘grátis’, o pagador de impostos deve imediatamente proteger o seu bolso”.